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Retração Palpebral

O que é?

A retração palpebral é o mais prevalente sinal da orbitopatia tanto na fase ativa como na fase sequelar. É muito relevante no diagnóstico da doença e pode ser definido quando a pálpebra superior margeia ou está acima do limbo corneano na posição primaria do olhar. A retração palpebral caracteriza-se pelo aumento da fenda palpebral e na OG pode ter alterações peculiares no contorno como uma abertura lateral mais evidente descrito como flare. Objetivamente, a medida da retração palpebral superior pode ser feita pela medida em milímetros do reflexo pupilar à margem palpebral na posição primaria do olhar, denominada distância reflexo margem (DRM). Alguns autores subdividem os pacientes em grupos de acordo com a severidade da retração. São considerados leves os casos com medidas de DRM até 5 mm, moderados entre 5 e 7 mm, e severos os casos acima de 7 mm.

A retração palpebral pode causar deformidade cosmética severa e o aumento da exposição do bulbo ocular decorrente pode acarretar em doença da superfície ocular com lesão corneana e conjuntival. As queixas relacionadas à doença da superfície ocular, assim como o diagnóstico de olho seco, são comuns na OG. A excursão palpebral superior também pode ser bastante limitada nesta patologia, alteração esta denominada Lid Lag.

Os pacientes com orbitopatia distireoideana são prejudicados nas atividades sociais e profissionais em decorrência das manifestações oculares da doença. O conhecimento das limitações dos pacientes e dos benefícios que o tratamento clínico e cirúrgico podem gerar é de grande relevância.

Como as alterações orbitárias da OG, a retração palpebral tem um caráter variável na fase inflamatória da doença e permanece estável na fase sequelar. Existem vários tratamentos clínicos e cirúrgicos descritos na literatura. Sistemicamente o tratamento do hipertireoidismo pode trazer certa melhora da retração assim como a corticoterapia oral, porém não são específicos da retração sendo relacionados com a remissão da inflamação. A corticoterapia oral assim como a radioterapia orbitária pouco influenciam no decréscimo da retração palpebral.

 

retração palpebral e exoftalmo pela doença de Graves
antes e após tratamento cirúrgico em 2 etapas
Descompressão de órbita e correção da retração palpebral.

Fonte: Dr. Allan C. Pieroni Gonçalves